segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Womanize her!


Pois é! A nossa Britney spears está de volta e, pelos vistos, em plena forma. Para aqueles que até não admiram o seu trabalho (tipo eu!) se calhar era tempo de darem uma espreitadela ao novo video clip "Womanizer". A canção trata (profundamente...) sobre a vagabundagem masculina. Ou, por outras palavras, a Sôdona B. decidiu destratar os "pintas" dos século XXI ("Oh jewel! Come here to the Jewelman! Hehehe"). Ela começa a canção já detentora de um grande conhecimento  "Gotta clue whatcha doing/You can play brand new, to all the other chicks out here"

 e, ao longo da canção, disserta filosoficamente sobre o tema. Chega a conclusões brilhantes, como já é de esperar. 

Mas também, cada macaca no seu galho, não é? Senão imaginem...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Sur le pont d'Avignon, l'on y dance, l'on y dance...

A escola de Física de Les Houches é uma das escolas doutorais mais prestigiadas do mundo. Então em França, minina, isto é a Beverly-Hills dos cientistas. Nesta escola existem vários cursos (tipicamente de duas semanas), dedicados às mais diversas áreas. Por cá já passaram alguns dos prémios Nobel da Física, como o Tannoudji e o Chu. Pelo menos são estes que me dizem alguma coisa, pois são os manda-chuva desta área. A selecção dos alunos que vêm a participar nas Lectures consiste num processo mais ou menos longo e envolve cartas de recomendação dos orientadores e tudo mais. Eu fui simpaticamente seleccionado. Pois bem, mas vem a parte gira! É que durante estes quinze dias de autêntico cativeiro científico, temos tempo suficiente para conhecer alguma das pessoas e alguns dos seus hábitos. É fantástico. Serve, então, este bocadito de texto para vos contar um pouco sobre a dinâmica deste grupo (em primeira ordem...):
Uma mão cheia de alemães, cujo desporto favorito é beber cerveja (sim, é incrível!), compõe 30% dos participantes. Não menos numerosos são os franceses, que irritam até o mais santo dos santos com as suas intermináveis interjeições ("haaaaaaannnnn, eeeeehhhhhh, ouiiiiii ehhhhhhh, bien suuuuuuuuuurrrrrrr ehhh) e "voilàs" infidáveis. Quatro indianos que cheiram a sabonete (aquele branquinho que nos deixaram no quarto, ao pé das toalhas), de entre os quais duas raparigas cujo inglês é completamente imperceptível ("caan u telll me whatl tlime is it? How do u comput thisl integlation? Ale you flom Poltugal? Do you knwol Areh-Krishna? To pray! To pray! Gods! Indian Gods!) e têm um swarovski na testa. Uns ainda quantos italianos, sempre a abanar a mão e a dizer "como mai, madonna?" deixam o seu rasto e nos enchem os ouvidos com as suas peripécias passadas entre Florença e Roma, juntamente com uns outros tantos ingleses e irlandeses, com a mania que Cambridge é a capital da ciência, que Londres é fanstástica (mas sem sol, coitadinhos) e que pensam que Francês e Alemão são basicamente a mesma língua. Depois, por fim, uns representantes de uns países um pouco mais exóticos: um maltês (lindo, por sinal) que está a trabalhar ao abrigo de uma bolsa à qual, curiosamente, eu me havia também candidatado (o mundo é mesmo um tamanquinho...), um tunisiano, que por acaso até se dá muito bem comigo mas que tem de ir vergar a mola virado para Meca cinco vezes ao dia, um algeriano com um piercing (pronto, este está descrito), um mongol que está a tentar a sua sorte nos EUA (típica mão-de-obra barata), uma meia-de-gente russa que está sempre com uma caneca de chá e um kiwi ou uma casca de banana ao pé do portátil, que não ri, que é corcunda, workaholic, com uma camisa do pai dela e com o corte do padrinho do crisma. Finalmente, claro, venho eu, sobre quem não há nada a dizer.

Melhor do que isto, só dois disto!

Sofre-se horrores para chegarmos a certos sítios neste planeta (redondo, por sinal, como um tamanco!). No caso da escola de física de Les Houches, (uma pequenina vila isolada no meio dos Alpes franceses, ao pé de Mont Blanc), devo a boleia a um rapaz alemão que viria de Munique e me oferecera boleia. Tudo bem. Trocámos contactos e, à hora marcada (mais ou menos), lá estava eu, em Fribourg, na Suiça, depois de ter apanhado o comboio que partira do aeroporto de Genebra. Apresentámo-nos, trocámos umas palavras, e pusemo-nos à estrada. Um frio que rachava e eu, claro, todo descapotável, a pensar que vinha para as Canárias... Já durante a viagem, me fui apercebendo da "estranheza" do indivíduo - "É fisico!"-  disse para os meus botões. Mas tudo bem, pois a cavalo dado não se olha o dente. O problema começa quando ele, quase impacientemente, me pede para ver as estradas num mapa, que ele imprimiu numa impressora merreca, quase às escuras! Olha logo a quem! A pessoa mais orientada do mundo! Só para que tenham a noção, fica aqui um excerto da nossa conversa:
- Can you please say me which is the next road?
- Humm, where are we? I.....I can not.... I can obviously no find the road...
- This is not the map. Look at the next page.
- Ah, ok. Humm, ah..... Chamonix, Chamonix... Street 24? Does it sound similar to you?
- Not this one! The next! We have passed this one long ago!
-  Ah, of course. Well, here I can read "Martigny, Les Chavants, Route des Chavants... I... I think we are at the right direction! 
Aqui, como já devem ter percebido, já estava eu perdidíssimo...
-  No! Next page! Look at the zoom! 
Ah, tá. A preto e branco! Agora é que me f****-**!
- Are you there? Hein? 
Entretanto, uma rotunda gigante...
- That way! - eu apressado - Route des Chavants!
Mais uma volta na rotunda... E outra...
-  Well, let us do that! 
Nesta altura, já eu tava branco! Meus Deus, se eu me tivesse enganado!
Passado uns quilómetros, fomos dar a uma povoaçãozita onde havia, por sorte, um restaurante aberto. Quem é que vai lá fora, quem? Em t-shirt? Quem? Pois claro! A creuza! A creuza sai, atravessa a rua, e vai ao restaurante com um google map na mão, e diz:
- Bounjour, Madame. Est-ce que je peut vous poser une question: Comment faut-il faire pour aller à Les Houches? Je pense que nous sommes perdu...
Bem, ela la me disse, voltei ao carro, tava ele a comer! Oh, Jesus! E eu com uma fome dos diabos! 
Finalmente, chegamos ao destino. A merreca da escola fica mesmo na jabuticaba francesa! Fomos jantar e, entretanto, ele disse-me que me levava depois para Nice, se eu quisesse, pois iria fazer férias por lá depois do curso. Eu aceitei. Pois é! Só ontem é que me disse que "se calhar já não ia a Nice..." e eu sem reservar o bilhete! Mais uma vez, eu, mais aventureiro que o Tim-Tim, vou pegar minhas troucha e bater perna no calçadão até à estação de comboio mais próxima, pois já passaram os prazos para pedir taxi ou autocarro de transbordo!

Minina, vê si podji!
 

sábado, 19 de julho de 2008

Acordo Ortográfico

"Papai, papai, operei! Estou de casamento marcado com um gatão brasileiro! Dono de um bar em Lisboa! Treinei meu soutaque vendo novela [1]!"

Pelos vistos é assim que os nossos governantes querem que venhamos a falar. Sem desprimor e respeitando todas as variantes linguísticas do Português (até porque é um brasileiro que vos escreve), sou contra o acordo ortográfico que, pelos vistos, foi aprovado entre Portugal e o Brasil. Se é necessária e urgente uma normalização linguística entre estes dois países, então parece-me mais adequado que seja o Brasil que passe a escrever de acordo com o padrão! Em bom Português de Portugal, não podemos admitir que queiram "ensinar a missa ao padre". O que seria do Português do Brasil (que eu adoro - aliás, concordo plenamente com a etiqueta de "Português com açúcar) se agora pedissemos aos nativos que começassem a falar como nós? Podem crer que perderia toda a graça. Senão, vejamos:

"Oh Pai, pai, paizinho! Fui submetida a uma cirurgia! Fui inclusivamente pedida em casamento por um gajo todo grosso, brasileiro, que por acaso é dono de um bar em Lisboa, vê lá! Acreditas que até estou a praticar o meu soutaque brasileiro a ver novelas? Oh larilas!"

Convencidos? Pois, bem me parecia... Ve si podji!

[1] Cortesia de ForeverNotYours, in Bicha do Demónio, 10.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Spotlight ain't shining on me

Que irónico! Eu próprio não me reconheço, pois para quem jurava a pés juntos que nunca teria um blog na vida, fico a dever muito à senhora dona coerência. Para os mais intrigados, penso que poderei ensaiar uma razão que, no mínimo, satisfaça a sua curiosidade (sim, claro e apenas isso, pois obviamente ninguém me conhece aqui e, assim sendo, ninguém me pode exigir nada). Pois, então, que assim seja: depois de uma esgotante sexta-feira no laboratório do INLN, em Nice, decidi, atendendo a que teria o fim-de-semana todo para dormir (pois claro, o que é que eu poderia fazer em Nice?), aventurar-me pela Promenade des Anglais a fora, ao invés de ir directamente para casa (casa? sim sim, pois...). Durante esse passeio, totalmente desprovido de companhia, brincava com uma moeda de 20 cêntimos que recebera como troco do autocarro. Entretanto, começara a chover e eu, sempre muito desajeitado a correr, atravessei a rua para o lado oposto do paredão antes que fechasse o sinal (devo dizer que, em Nice, se conduz muito mal e a falta de civismo é gritante!) e, ao meio da passadeira, perdi a moeda. Basicamente foi esta a razão para eu criar este blog. Esclarecidos?